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Estudos de biodistribuição e farmacocinética

Atualizado: 23 de set. de 2018

Como saber para onde vai o medicamento que você acabou de tomar?

Já ouviu falar em farmacocinética? Esse conceito se refere ao comportamento de um medicamento no seu corpo: se ele é absorvido, onde é metabolizado, para quais órgãos vai e como é excretado.



Farmacocinética é o "caminho" que o medicamento segue no organismo. Não se trata do estudo do seu mecanismo de ação (farmacodinâmica), mas sim as etapas que a droga sofre desde a administração, introdução do fármaco no organismo como tomar um comprimido, até a excreção, processo pela qual o fármaco deixa o organismo definitivamente, que são: administração, absorção, biotransformação, biodisponibilidade e excreção.


Em dois trabalhos, fizemos estudo de farmacocinética para avaliar se as moléculas que injetamos no camundongo ficava no plasma ou era encontrada nos órgãos, e em qual tempo após a administração. Todos esses estudos foram feitos utilizando técnicas de espectrometria de massas. Uma dessas moléculas é a bufotenina, um alcaloide que estamos trabalhando para a inibição da infecção pelo vírus da raiva. A outra é uma proteína recombinante com ação antitumoral



Efeitos da Bufotenina e biodistribuição

Nesse trabalho avaliamos a presença da bufotenina nos órgãos de camundongos (tabela). Também monitoramos o comportamento dos animais para ver efeitos da molécula, e também analisamos os órgãos a fundo (por histologia) para ver se o composto causava alguma alteração (necrose, inflamação, etc), estudos chamados toxicológicos.

Vimos que a bufotenina não causa efeitos tóxicos em nenhum órgão, mesmo sendo encontrada no coração, pulmão e rins. Ela também foi encontrada no cérebro em altas doses, o que será essencial para o tratamento de vítimas da raiva, pois o cérebro é o órgão mais acometido.




A raiva ainda é uma doença sem cura!

Apesar de existir há anos, a raiva é uma doença que ainda não tem cura. A melhor maneira hoje é a prevenção por meio da vacina. Existe um protocolo para o tratamento, mas somente dois casos de sucesso foram relatados no mundo - e as pessoas ainda apresentam sequelas. A busca de uma molécula que seja capaz de tratar essa doença é muito importante, e assim descobrimos a bufotenina - um alcaloide presente na secreção cutânea de um sapo brasileiro (Rhinella jimi) e também no angico. Esse composto diminui a infecção do vírus da raiva em células e em animais! Estamos trabalhando para entender melhor como esse composto funciona e em breve traremos novidades.


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